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A teoria sociológica para além do cânone

A teoria sociológica para além do cânone

R$ 75,00Preço

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A teoria sociológica para além do cânone

Autores: Syed Farid Alatas e Vineeta Sinha
Tradução: Luciana Pudenzi

Prefácio: Cláudio Pinheiro

Capa: Estúdio Daó (Giovani Castelucci e Guilherme Vieira)
Preparação e Revisão: Fabio Fujita
Ano: 2023
Páginas: 336
Dimensões: 16x23
ISBN: 978-65-84735-13-2 

"A teoria sociológica para além do cânone" busca ressaltar os vieses do eurocentrismo e do androcentrismo da teoria sociológica clássica e oferecer correções extremamente necessárias, destacando uma lista de pensadores sociais não ocidentais e de mulheres pensadoras que foram negligenciados. Entretanto, o livro não exclui a teoria sociológica ocidental dos currículos de sociologia nas universidades não ocidentais, e sim propõe uma nova abordagem do ensino da teoria sociológica mais crítica e significativa com as obras de Marx, Weber, Durkheim ao revelar suas qualidades atemporais, a despeito de suas tantas limitações conceituais, metodológicas e ideológicas.

 
Syed Farid Alatas e Vineeta Sinha também oferecem uma conceitualização alternativa das origens e a história dos fundamentos da disciplina, além de destacar as diversas forças sociais, políticas e intelectuais que conduziram ao surgimento das teorias. É apresentado, por exemplo, que uma discussão abrangente sobre o capitalismo industrial na Europa estará incompleta caso não seja dada a atenção devida ao fenômeno do capitalismo colonial. Preenchendo, então, lacunas como essa, os autores analisam aspectos em que a Revolução Industrial na Europa foi global, assim como inevitável e inextrincavelmente entrelaçada com a colonização da não Europa, incluindo contextos não europeus nos séculos XVIII e XIX, períodos reconhecidos como formativos no surgimento do pensamento sociológico.
 
“A descrição dominante do desenvolvimento da teoria sociológica nos levaria a crer que, no século XIX e no início do XX, apenas homens brancos da Europa Ocidental e, mais tarde, da América do Norte pensaram de modo criativo e sistemático sobre as origens e a natureza da modernidade emergente em seu tempo.”
 
É extremamente raro encontrar um pensador não ocidental apresentado como fonte de teorias e conceitos sociológicos. Com efeito, a impressão que se tem é de que não havia, na Ásia e na África, pensadores – contemporâneos de europeus como Marx, Weber e Durkheim – que refletissem, de modo sistemático, sobre o processo de desenvolvimento e modernização que ocorria em suas sociedades. Um dos objetivos fundamentais deste livro, portanto, é incluir no cânone sociológico aqueles que consideramos como fundadores não ocidentais do pensamento e da teoria sociais, como Ibn Khaldun (Tunísia, 1332-1406), Harriet Martineau (Reino Unido, 1802-1876), Florence Nightingale (Reino Unido, 1820-1910), Pandita Ramabai Sarasvati (Índia, 1858-1922), José Rizal (Filipinas, 1861-1896), Said Nursi (Turquia, 1877-1960) e Benoy Kumar Sarkar (Índia, 1887-1949).
 
Sabemos que essa lista de mulheres ausentes que são pioneiras no pensamento social é longa, já com evidências sólidas de numerosas pensadoras e teóricas (ocidentais e não ocidentais) que foram rotineiramente preteridas, omitidas e marginalizadas nas narrativas prevalentes da história da sociologia. Elas estavam lá antes do surgimento formal da disciplina da sociologia e fizeram contribuições cruciais para a emergência de uma nova ciência da sociedade. A menção unicamente das contribuições masculinas transmite uma imagem limitada, seletiva e distorcida, e não reconhece a variedade dos agentes e dos papéis que desempenharam na formulação e na fundação da sociologia. Um problema relacionado é que, quando mencionadas, as mulheres usualmente não são invocadas por uma qualidade independente, mas para comparação ou com referência a outros pensadores. Esse é o caso das comparações de Martineau com Tocqueville e Émile Durkheim. Colocar Martineau, Nightingale e Ramabai lado a lado com pensadores clássicos da sociologia será, sem dúvida, produtivo para demonstrar alinhamentos, paralelos, divergências e diálogos cruzados entre suas respectivas teorias.

 
 “Nosso objetivo é expandir o campo, e não o restringir. Ademais, temos reservas a respeito de gerar uma lista adicional de pensadores “obrigatórios”. A preocupação aqui é, antes, a de abrir a porta para uma consideração séria de um conjunto maior de potenciais contribuidores à teorização sociológica além dos nomes já existentes. Sem dúvida, há muitos outros, como Martineau, Rizal, Sarkar, homens e mulheres, situados em diferentes contextos sociais – europeus e não europeus – e em diferentes épocas, cujas contribuições para a teorização sociológica passaram despercebidas por tempo demais na narração da história da disciplina. É hora de problematizar essa falta de atenção e de tomar atitude frente a ela.”

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