Violência neoliberal
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Violência neoliberal
Organizadores: Adriana Herz Domingues, Felipe MaielloGabriel da Silva Santos e Nelson Da Silva Junior
Revisão: Fábio Fujita
Capa: Revista Comando
Páginas: 192
ISBN: 978-65-84735-40-8
Parceria com a Fundação Lauro Campos e Marielle Franco
Sobre o livro
Sobre os organizadores
Sumário
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Este livro, que reúne uma série de artigos de pesquisadoras e pesquisadores brasileiros, é fruto da Jornada Violências e Neoliberalismo, organizada por três mestrandos no Instituto de Psicologia da USP em outubro de 2024. O tema da violência foi suscitado por nossas pesquisas e vivências cotidianas, que nos estimularam a elaborar como e por que essa violência cerca nossas vidas, a fim de pensarmos maneiras de enfrentá-la.
Enquanto este livro é publicado, o mundo observa o genocídio do povo palestino pelo Estado de Israel, com apoio de grandes potências e de milhões de pessoas. Em algum lugar do Brasil, provavelmente alguém é assassinado pela cor de sua pele, sua classe social, seu gênero ou sua sexualidade. Aqueles que se opõem a essas também põem um alvo nas costas, como demonstraram
os assassinatos de Marielle Franco, Bruno Pereira e tantos outros, antes e depois deles.
Assim sendo, o debate sobre a violência nos parece urgente. Vivemos em um país marcado pela violência colonial, escravista, racista e patriarcal desde sua origem, e a partir da tão recente abolição da escravatura passamos pormais de uma ditadura. Isso tudo antes do neoliberalismo. Por que, então, pensar a violência no neoliberalismo?
Com o colapso do modelo de Estado de bem-estar social e a ascensão do neoliberalismo como resposta hegemônica à crise do capitalismo fordista, instaura-se uma profunda reconfiguração das dinâmicas sociais. Nesse novo arranjo,a violência deixa de ser um desvio ou exceção, passando a ser legitimada, funcionalizada e naturalizada como parte integrante da ordem vigente. Em nome da competitividade, do individualismo e de uma suposta liberdade de escolha, justifica-se uma ampla gama de ataques — diretos e indiretos — às instituições democráticas, às relações de trabalho, aos direitos sociais e às populações historicamente marginalizadas, em especial nos contextos periféricos. Não se trata, portanto, de afirmar que o neoliberalismo “cria” a violência, mas, sim, que ele a reconfigura como elemento estrutural, despolitizando seus efeitos e produzindo-a como um fenômeno naturalizado e inevitável.